Fotografía de Robby Cavanaugh |
TE REPASO
Te repaso
sin principio ni fin
repaso tu cuerpo
El día tiene una estrecha sombra
y la noche cruces amarillas
el paisaje no cuenta
y la humanidad es una fila de velas
mientras yo te repaso
con mis pechos
que imitan la cavidad de tus manos
de Humo y ocre, 1963
Traducción de Agustín B. Sequeros
Fotografía de Nishe |
EL NIÑO ASESINADO POR LOS SOLDADOS EN NYANGA
El niño no ha muerto
el niño levanta el puño contra su madre
que grita ¡África! grita el olor
a libertad y a brezo
en los emplazamientos del corazón acordonado
El niño levanta el puño contra su padre
en la marcha de las generaciones
que gritan ¡África! gritan el olor
a justicia y a sangre
en las calles de su orgullo armado
El niño no ha muerto
ni en Langa ni en Nyanga
ni en Orlando ni en Sharpeville
ni en la comisaría de Philippi
donde yace con una bala en la cabeza
El niño es la sombra oscura de los soldados
en guardia con fusiles blindados y porras
el niño está presente en todas las asambleas y legislaturas
el niño escruta desde las ventanas de las casas y dentro del corazón de las madres
el niño que sólo quería jugar al sol en Nyanga está en todas partes
el niño hecho hombre recorre toda África
el niño hecho gigante recorre todo el mundo
Sin un pase
Traducción al español de Mario Melnik
A CRIANÇA QUE FOI MORTA A TIROS POR SOLDADOS EN NYANGA
A criança não está morta!
Ela levanta os punhos junto à sua mãe.
Quem grita África ! brada o anseio da liberdade e da estepe,
dos corações entre cordões de isolamento.
A criança levanta os punhos junto ao seu pai.
Na marcha das gerações.
Quem grita África! brada o anseio da justiça e do sangue,
nas ruas, com o orgulho em prontidão para luta.
A criança não está morta!
Não em Langa, nem em Nyanga
Não em Orlando, nem em Sharpeville
Nem na delegacia de polícia em Filipos,
Onde jaz com uma bala no cérebro.
A criança é a sombra escura dos soldados
em prontidão com fuzis sarracenos e cassetetes
A criança está presente em todas as assembleias e tribunais
Surge aos pares, nas janelas das casas e nos corações das mães
Aquela criança, que só queria brincar sob o sol de Nyanga, está em toda parte!
Tornou-se um homem que marcha por toda a África
O filho crescido, um gigante que atravessa o mundo
Sem dar um só passo.
Ingrid Jonker
(Douglas, 1933 - Ciudad del Cabo, Sudáfrica, 1965)
Tradución libre al portugués de Maria Helena D´Eugênio
para leer sobre su VIDA
THE CHILD WHO WAS SHOT DEAD BY SOLDIERS IN NYANGA
The child is not dead
The child lifts his fists against his mother
Who shouts Afrika ! shouts the breath
Of freedom and the veld
In the locations of the cordoned heart
The child lifts his fists against his father
in the march of the generations
who shouts Afrika ! shout the breath
of righteousness and blood
in the streets of his embattled pride
The child is not dead not at Langa nor at Nyanga
not at Orlando nor at Sharpeville
nor at the police station at Philippi
where he lies with a bullet through his brain
The child is the dark shadow of the soldiers
on guard with rifles Saracens and batons
the child is present at all assemblies and law-givings
the child peers through the windows of houses and into the hearts of mothers
this child who just wanted to play in the sun at Nyanga is everywhere
the child grown to a man treks through all Africa
the child grown into a giant journeys through the whole world
Without a pass
A CRIANÇA QUE FOI MORTA A TIROS POR SOLDADOS EN NYANGA
A criança não está morta!
Ela levanta os punhos junto à sua mãe.
Quem grita África ! brada o anseio da liberdade e da estepe,
dos corações entre cordões de isolamento.
A criança levanta os punhos junto ao seu pai.
Na marcha das gerações.
Quem grita África! brada o anseio da justiça e do sangue,
nas ruas, com o orgulho em prontidão para luta.
A criança não está morta!
Não em Langa, nem em Nyanga
Não em Orlando, nem em Sharpeville
Nem na delegacia de polícia em Filipos,
Onde jaz com uma bala no cérebro.
A criança é a sombra escura dos soldados
em prontidão com fuzis sarracenos e cassetetes
A criança está presente em todas as assembleias e tribunais
Surge aos pares, nas janelas das casas e nos corações das mães
Aquela criança, que só queria brincar sob o sol de Nyanga, está em toda parte!
Tornou-se um homem que marcha por toda a África
O filho crescido, um gigante que atravessa o mundo
Sem dar um só passo.
Ingrid Jonker
(Douglas, 1933 - Ciudad del Cabo, Sudáfrica, 1965)
Tradución libre al portugués de Maria Helena D´Eugênio
para leer sobre su VIDA
2 comentarios:
El primero me parece muy delicado...
El segundo poema lo compartí en mi muro de fb pues retrata un conflcito parecido al que vivimos en México a propósito de la violencia primitiva.
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