11 de agosto de 2016

Fernando Pessoa, El amor que yo tengo no me deja estar


 Mariacarla Boscono fotografiada por Peter Lindbergh



EL AMOR QUE YO TENGO NO ME DEJA ESTAR

El amor que yo tengo no me deja estar
Listo, quieto, firme en su lugar
Hay siempre un pensamiento que me arroba
Y un deseo conmigo que me lleva
Lejos de mí, hacia quien amo y quiero
También de noche, cuando duermo, espero
La mañana en que vuelva a verla y amarla

(fragmento)


O AMOR QUE EU TENHO NÃO ME DEIXA ESTAR

O amor que eu tenho não me deixa estar
Pronto, quieto, firme num lugar
Há sempre um pensamento que me enleva
E um desejo comigo que me leva
Longe de mim, a quem eu amo e quero.
Inda de noite, quando durmo, espero
A manhã em que torne a vê-la e amá-la.

Mau sonho aquele que me não embala
E me inquieta, só com não poder
Um momento pensar sem nela ser.

Bebo por taças de ouro o seu sorriso.
Ela é pequena, mas não é preciso
Bem maior em tamanho, quando o bem
E maior que □

[9-2-1920]

□ espacio dejado en blanco por el autor





Fernando Pessoa 
(Lisboa, Portugal, 1888-1935)
extraído de Plaqueta / 6 poetas Poesía Visual
Editorial Vox, arte + literatura y otros simulacros
año 2, número 6/7, Bahía Blanca // s/d del traductor
de Pessoa por Conhecer, Textos para um Novo Mapa
Teresa Rita Lopes, Lisboa: Estampa, 1990, pág. 36
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